“O terceiro grau da humildade consiste em que, por amor de Deus, se submeta o monge, com inteira obediência ao superior, imitando o Senhor, de quem disse o Apóstolo: “Fez-se obediente até a morte”.
RSB, Cap. 7, 34
Afastada qualquer inclinação à vontade própria e ao desejo de receber missão especial da parte de Deus, a necessidade do terceiro grau surge espontaneamente. Consiste em que o monge, por amor de Deus, se submeta em tudo ao superior, imitando o Senhor de quem diz o Apóstolo: “Foi obediente até a morte” (Fl 2. 8). Como poderia o monge conhecer sua missão sem ser pela vontade expressa do representante de Deus? Sacrificado o apego à vontade e aos desejos próprios, tanto mais puro se torna seu amor a Deus, fazendo-se apto à obedecer à vontade do superior. Deliberadamente, S. Bento deu aqui preferência ao termo “superior”, em lugar de “Abade”, porque essa obediência deve ser prestada a qualquer superior e não somente ao abade. Desse modo, a humilhação torna-se ainda mais sensível e o valor da “obediência até a morte” é ainda mais sublime. O “mestre rigoroso” prevalece ao “afeto do pai piedoso”.
Dom Ildefonso Herwegen, OSB, Sentido e Espírito da Regra de São Bento, pág. 132
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