Autor: Helber

  • 2º Dia – Quinta-feira depois das Cinzas

    2º Dia – Quinta-feira depois das Cinzas


    “Para que voltes, pelo labor da obediência, àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência. A ti, pois, se dirige agora a minha palavra, quem quer que sejas que, renunciando às próprias vontades, empunhas as gloriosas e poderosíssimas armas da obediência para militar sob o Cristo Senhor, verdadeiro Rei.”

    A finalidade é a obediência. Nós todos temos parte na desobediência às ordens divinas pelo pecado original e por nossos pecados pessoais. Por isso nós todos precisamos de voltar a Deus pelo labor da obediência. Labor, além de esforço, trabalho, significa também sofrimento, necessidade. Assim, como a desobediência é preguiça, a obediência é trabalho e esforço. Mas é justamente pelo trabalho e pela luta que se revela a ação da vida e se realiza a ascensão às coisas mais elevadas.

    A escuta é logo seguida da obediência. Escutar e não fazer é desobediência. Desobediência é preguiça, a obediência é trabalho e esforço. “Aquele, pois, que ouve estas mi­nhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.” (Mt 7, 24-27)

    É indispensável, portanto, o desejo de realizar aquilo que escutamos de Deus. 

    Mas a obediência somente será digna da aceitação de Deus e doce aos homens, se o que é ordenado for executado sem tremor, sem delongas, não mornamente, não com murmuração, nem com resposta de quem não quer.

    Dom Ildefonso Herwegen, OSB

  • 1º Dia – Quarta-feira de Cinzas

    1º Dia – Quarta-feira de Cinzas


    “Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e executa eficazmente o conselho de um bom pai”

    Escutar não apenas ouvir. Escutar (atender, obedecer) especificado ainda mais pela paterna filiação espiritual é indicado aqui como um dos elementos essenciais de toda a regra. Escutar inclui de antemão uma vontade de realizar a ação.
    Escutar é ainda reforçado, aprofundado e explicado por “inclina o ouvido do teu coração”. Essa expressão não é uma simples maneira de dizer, mas condensação de um conceito bem amplo. “Escuta” já diz que o ouvir, somente com o ouvido externo, não basta. Por meio da expressão “o ouvido do coração” acentua-se, mais uma vez, a necessidade absoluta de um escutar de coração, disposto à ação. A palavra da Santa Regra deve ser recebida com amor.
    Ao lado do conceito de “pai” coloca S. Bento o de “mestre” e “professor”. Assim, os dois conceitos: mestre e bom pai, juntamente constituem o de pai espiritual, sugerido pelo “Escuta, filho”, da introdução. Enquanto mestre, dá os preceitos, a doutrina; enquanto pai, intimamente unido ao filho, basta-lhe exercer influência sobre o coração do filho, por meio de admoestações. A doutrina, em geral, deve ser escutada e assimilada. A admoestação particular tem de ser recebida de coração alegre e posta em prática na própria vida.

    Dom Ildefonso Herwegen, OSB